quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Colunista comenta ‘crise de egos’ entre Ricardo Coutinho e Cássio


Foto: Montagem/Paraibaonline
Leia trechos do comentário do colunista Arimatéa Souza, do Jornal da Paraíba, sobre a troca de farpas virtual entre o governador Ricardo Coutinho (PSB) e o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), que teve como motivação a ‘paternidade’ de obras no Estado.

O que mais dizer sobre essa colisão de egos? O episódio é ridículo e sem sentido.
O governador e o senador já deveriam ter aprendido, há muito tempo, que a obra pública não tem dono. Tem financiador: a população, através dos impostos que recolhe a todo instante e em larga escala.
Os mandatos são transitórios e o que continua é a administração. Dessa maneira, é não somente desejável como até responsável que o ocupante de um cargo executivo dê continuidade às ações de seus antecessores que tenham por finalidade o interesse coletivo, como forma de se gastar devidamente os recursos orçamentários.
No caso específico do necessário Centro de Convenções de João Pessoa, a obra é uma antiga e indispensável reivindicação do setor turístico.

A inexistência de um espaço para grandes eventos coloca nossa capital atrás de outras capitais nordestinas na captação de grandes eventos que atraem turistas, homens de negócios e, por conseguinte, dinheiro que movimenta a economia e gera os sempre ambicionados postos de trabalho.

É de uma miopia incrível que a celebração da conquista desse empreendimento seja ofuscada pela briga da ´paternidade´ da obra ou até mesmo pelo reconhecimento de quem mais contribuiu para que o centro fosse erguido.

Cássio, Maranhão e Ricardo, em suas passagens pelo governo, participaram em escalas variadas para que o centro de convenções vire realidade.

O resto é mais um traço deplorável de nosso subdesenvolvimento econômico, cultural e político. É também um afronta à Constituição que todos os homens públicos juram respeitar. A Carta Magna determina expressamente a impessoalidade do serviço público.

A sensação que fica é que, vez por outra, Cássio subestima a importância que tem na política paraibana e se apequena diante de situações triviais e desproporcionais à liderança que exerce.

Do outro lado, o governador parece não colocar freios no ´personalismo socialista´, subestima ou relega aliados e se esquece dos pilares e das circunstâncias que o levaram até o Palácio da Redenção.

O atrito pode levar ao rompimento?
À primeira vista, entendo como algo episódico; como mais uma pontual manifestação de vaidade que parece perpassar o tamanho do território paraibano, como foi observado anteriormente numa audiência no Ministério da Integração Nacional, quando CCL não foi convidado por RC para acompanhá-lo na audiência com o ministro Fernando Bezerra e acabou propiciando outra crise de relacionamento.
Agora, se houver disposição de alguma das partes nessa direção, que utilize argumentos mais nobres e consistentes, para que a imagem que a população tem dos seus representantes não seja tão diminuta, ao ponto de se limitar aos 140 caracteres de uma mensagem no twitter.

O sempre lembrado filósofo (Immanuel) Kant ensinava que “a posse do poder inevitavelmente dilapida o livre uso da razão”.
* fonte: aparte/jponline

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