As pessoas transexuais são representações da existência da
diversidade sexual e humana – formada por novas identidades, modos de
vida, prazer e comportamento. No dia da Visibilidade Trans ( travestis e
transexuais), comemorado nesta terça-feira (29), homens trans e
mulheres trans debateram no auditório do Sesc, em João Pessoa, temas
como a luta pelos direitos humanos, contra a homofobia, em defesa da
implantação do ambulatório do SUS e pelo atendimento adequado para quem
deseja fazer a cirurgia de redesignação sexual (mudança de sexo) na
Paraíba.
Para a socióloga, a trans-visibilidade tornou-se pauta nesta reivindicação de sair dos guetos, percorrer as ruas e conquistar direitos. “Através da construção do corpo, do sexo e da interpretação do gênero escolhido, os (as) trans reafirmam as múltiplas possibilidades de produção do gênero no território da ambiguidade. São entre outras coisas denominações em fluxo que delata a existência de novos estilos de vida. É o de mostrar as caras, histórias, desejos e desafiar as próprias nomeações, já que estas não conseguiam dar conta dos significados múltiplos e passageiros de quem os vivencia”, explica Margareth.
O dia Trans é uma data de luta e organização social do movimento LGBT pela cidadania e organização de travestis e transexuais. Para o coordenador regional da Associação Brasileira de Trans Homens, criada ano passado no Brasil, com sede em São Paulo, Luciano Palhano, 29, a organização ainda é muita nova. “Estamos formando lideranças no Nordeste e João Pessoa é uma das capitais onde estamos criando um núcleo com várias lideranças”, disse.
O que afirmam os (as transexuais) sobre o tema:
Diego Rodrigues, 24, homem trans, barman e representante do Núcleo de Homens Trans de João Pessoa, casado há pouco tempo com uma mulher. “Me sentia diferente desde criança, mas não entendia. No final do ensino médio, resolvi assumir que nasci num corpo feminino, mas sou homem. Agora estou em acompanhamento para fazer a cirurgia e me capacitando para estruturar o Núcleo dos Homens Trans em João Pessoa”.
O que afirmam os pensadores sobre o tema:
Le Breton: Para o sociólogo francês David Le Breton, doutor em Antropologia e professor na Universidade de Estrasburgo II, uma referência no estudo da corporeidade. “O transexual é um viajante em seu próprio corpo, cuja forma e cujo gênero mudam à sua vontade, levando a termo a condição de objeto de circunstância de um corpo, que se tornou modulável e determinável não mais com relação ao sujeito, mas ao momento”.
Portal Correio
Foto: Diego Rodrigues é homem trans, Adreina Gama é mulher trans e Eduardo Hallier é homem trans
Créditos: Janaína Araújo
Créditos: Janaína Araújo
Os
homens trans são pessoas que nasceram mulheres, mas passaram ou estão
passando pelo processo de transexualização para o corpo masculino, isto
é, já retiraram ou pensam em extrair os seios, tomam hormônios
masculinos e fazem implantes penianos. As mulheres trans são pessoas que
nasceram homens e que passaram por este mesmo processo, mas de forma
inversa, para viver como mulheres. Necessariamente, eles ou elas não
precisam passar pelo processo de cirurgia.
Foto: Luciano Palhano, cooordenador regional da Associação dos Homens Trans
Créditos: Janaína Araújo
Mas quando um homem trans resolve passar pelo processo de
transexualização e decide namorar com mulheres e até engravidar? Estas
são outras possibilidades que são criadas a partir das novas formas de
viver as identidades.Créditos: Janaína Araújo
Segundo a doutora em
Sociologia, professora do Departamento.de Comunicação Social da UFPB e
pesquisadora na área de gênero, sexualidades e pós-modernidade,
Margareth Almeida, as mudanças não têm a ver com o desejo sexual, mas
com a desapropriação no gênero de nascença.
Na prática, uma pessoa pode ser um travesti ou mesmo transexual e continuar namorando ou com mulheres ou com homens. O mesmo acontece quando uma mulher decide fazer o processo de transexualização para homem, mas, no meio deste processo engravida. Ela pode simplesmente ter se transformado em homem corporalmente e estar grávida.
“O desejo sexual não
vai corresponder ao corpo, isto é, há desapropriação no gênero de
nascença. Por exemplo, uma pessoa nasce com os códigos corporais de
mulher, mas sempre se sente mais identificada no gênero masculino. Ela
se sente homem e não mulher, por isso opta em fazer a cirurgia. O
procedimento vai fazer com que ela se sinta bem no corpo de gênero com o
qual mais se identifica. O mesmo acontece com homens, que são educados
na herança masculina, mas nunca se sentem bem com este corpo”.Na prática, uma pessoa pode ser um travesti ou mesmo transexual e continuar namorando ou com mulheres ou com homens. O mesmo acontece quando uma mulher decide fazer o processo de transexualização para homem, mas, no meio deste processo engravida. Ela pode simplesmente ter se transformado em homem corporalmente e estar grávida.
Para a socióloga, a trans-visibilidade tornou-se pauta nesta reivindicação de sair dos guetos, percorrer as ruas e conquistar direitos. “Através da construção do corpo, do sexo e da interpretação do gênero escolhido, os (as) trans reafirmam as múltiplas possibilidades de produção do gênero no território da ambiguidade. São entre outras coisas denominações em fluxo que delata a existência de novos estilos de vida. É o de mostrar as caras, histórias, desejos e desafiar as próprias nomeações, já que estas não conseguiam dar conta dos significados múltiplos e passageiros de quem os vivencia”, explica Margareth.
O dia Trans é uma data de luta e organização social do movimento LGBT pela cidadania e organização de travestis e transexuais. Para o coordenador regional da Associação Brasileira de Trans Homens, criada ano passado no Brasil, com sede em São Paulo, Luciano Palhano, 29, a organização ainda é muita nova. “Estamos formando lideranças no Nordeste e João Pessoa é uma das capitais onde estamos criando um núcleo com várias lideranças”, disse.
O que afirmam os (as transexuais) sobre o tema:
Diego Rodrigues, 24, homem trans, barman e representante do Núcleo de Homens Trans de João Pessoa, casado há pouco tempo com uma mulher. “Me sentia diferente desde criança, mas não entendia. No final do ensino médio, resolvi assumir que nasci num corpo feminino, mas sou homem. Agora estou em acompanhamento para fazer a cirurgia e me capacitando para estruturar o Núcleo dos Homens Trans em João Pessoa”.
O que afirmam os pensadores sobre o tema:
Le Breton: Para o sociólogo francês David Le Breton, doutor em Antropologia e professor na Universidade de Estrasburgo II, uma referência no estudo da corporeidade. “O transexual é um viajante em seu próprio corpo, cuja forma e cujo gênero mudam à sua vontade, levando a termo a condição de objeto de circunstância de um corpo, que se tornou modulável e determinável não mais com relação ao sujeito, mas ao momento”.
Portal Correio
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