sábado, 8 de dezembro de 2012

Inflação acelera para 0,60% em novembro, maior alta desde abril

A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) teve alta de 0,60% em novembro, acima do registrado no mês anterior, quando atingiu 0,59%, e de novembro do ano passado, quando a alta foi de 0,52%, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (7). 

É o maior valor desde abril deste ano, quando o índice de inflação subiu 0,64%, e ficou acima do esperado pelo mercado, que previa uma desaceleração. Segundo a agência de notícias Reuters, analistas de 35 bancos e consultorias esperavam alta mensal de 0,50% em novembro.
Os vilões da inflação em novembro foram as passagens aéreas, que subiram em média 11,80%, e o preço da energia elétrica, que teve forte alta em Belém e no Rio de Janeiro.
"Os alimentos perderam força na inflação de novembro, mas por outro lado alguns itens importantes subiram e equilibraram a taxa, como passagens aéreas, energia elétrica e empregado doméstico", diz Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índice de preços do IBGE.
Com o resultado, a inflação acumulada em 2012 até novembro é de 5,01%, bastante abaixo dos 5,97% registrados em igual período do ano anterior. Nos últimos 12 meses, a alta é de de 5,53%, acima dos 5,45% relativos aos doze meses imediatamente anteriores a outubro.
O IPCA é o índice oficial da inflação, utilizado pelo governo como meta para controlar a alta de preços. O centro da meta é de 4,5% ao ano, com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Ele é calculado pelo IBGE desde 1980 e mede a inflação das famílias com rendimento entre um e 40 salários mínimos. A coleta dos dados envolve nove regiões metropolitanas do país, além de Brasília e Goiânia.
PASSAGENS AÉREAS
O segmento de transportes teve valorização de 0,68%, bastante acima do 0,24% no mês anterior, influenciado principalmente pelo preço das passagens aéreas. Os bilhetes de avião custaram, em média, 11,80% a mais em novembro e se constituíram no principal impacto do mês para o índice: 0,06 ponto percentual ou 10% de toda a inflação de novembro.
O grupo foi influenciado também pela alta da gasolina, que foi de 0,75% em outubro para 1,18% no mês passado, pelo preço do litro do etanol, cuja variação de 0,04% em outubro passou para 0,63% em novembro, e pelos automóveis novos, que foram de 0,32% para 0,52%.
 
ALIMENTAÇÃO, VESTUÁRIO E HABITAÇÃO
O grupo alimentação e bebidas registrou alta de 0,79%, a maior do mês, mas o resultado ficou bastante abaixo do 1,36% registrado em outubro. Em seguida ficaram os grupos vestuário, com alta de 0,86% --ante 1,09% no mês passado-- e habitação, que subiu 0,64% --contra 0,38%.
As despesas com habitação aumentaram de um mês para o outro, segundo o IBGE, devido principalmente à energia elétrica. O preço da conta de luz acelerou para 1,38% em novembro após ter registrado queda de 0,24% em outubro. A alta veio do reajuste de 6,01% nas contas do Rio de Janeiro e de 4,93% em Belém.
 
OUTROS GRUPOS
Em contraposição à perda de ritmo da inflação no grupo alimentação e bebidas, os grupos não alimentícios mostraram aceleração de 0,35% para 0,54% entre outubro e novembro e pressionaram o IPCA do mês passado.
Além de transportes e habitação, aceleraram os grupos artigos de residência (de 0,37% para 0,47%) e despesas pessoais (de 0,10% para 0,53%). Saúde e cuidados pessoais desacelerou de 0,48% para 0,32%, e educação (0,05%) e comunicação (0,31%) permaneceram estáveis ante outubro. 


Folha Uol

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