A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) teve
alta de 0,60% em novembro, acima do registrado no mês anterior, quando
atingiu 0,59%, e de novembro do ano passado, quando a alta foi de 0,52%,
informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta
sexta-feira (7).
É o maior valor desde abril deste ano, quando o índice de inflação subiu
0,64%, e ficou acima do esperado pelo mercado, que previa uma
desaceleração. Segundo a agência de notícias Reuters, analistas de 35
bancos e consultorias esperavam alta mensal de 0,50% em novembro.
Os vilões da inflação em novembro foram as passagens aéreas, que subiram
em média 11,80%, e o preço da energia elétrica, que teve forte alta em
Belém e no Rio de Janeiro.
"Os alimentos perderam força na inflação de novembro, mas por outro lado
alguns itens importantes subiram e equilibraram a taxa, como passagens
aéreas, energia elétrica e empregado doméstico", diz Eulina Nunes dos
Santos, coordenadora de índice de preços do IBGE.
Com o resultado, a inflação acumulada em 2012 até novembro é de 5,01%,
bastante abaixo dos 5,97% registrados em igual período do ano anterior.
Nos últimos 12 meses, a alta é de de 5,53%, acima dos 5,45% relativos
aos doze meses imediatamente anteriores a outubro.
O IPCA é o índice oficial da inflação, utilizado pelo governo como meta
para controlar a alta de preços. O centro da meta é de 4,5% ao ano, com
margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Ele é calculado pelo IBGE desde 1980 e mede a inflação das famílias com
rendimento entre um e 40 salários mínimos. A coleta dos dados envolve
nove regiões metropolitanas do país, além de Brasília e Goiânia.
PASSAGENS AÉREAS
O segmento de transportes teve valorização de 0,68%, bastante acima do
0,24% no mês anterior, influenciado principalmente pelo preço das
passagens aéreas. Os bilhetes de avião custaram, em média, 11,80% a mais
em novembro e se constituíram no principal impacto do mês para o
índice: 0,06 ponto percentual ou 10% de toda a inflação de novembro.
O grupo foi influenciado também pela alta da gasolina, que foi de 0,75%
em outubro para 1,18% no mês passado, pelo preço do litro do etanol,
cuja variação de 0,04% em outubro passou para 0,63% em novembro, e pelos
automóveis novos, que foram de 0,32% para 0,52%.
ALIMENTAÇÃO, VESTUÁRIO E HABITAÇÃO
O grupo alimentação e bebidas registrou alta de 0,79%, a maior do mês,
mas o resultado ficou bastante abaixo do 1,36% registrado em outubro. Em
seguida ficaram os grupos vestuário, com alta de 0,86% --ante 1,09% no
mês passado-- e habitação, que subiu 0,64% --contra 0,38%.
As despesas com habitação aumentaram de um mês para o outro, segundo o
IBGE, devido principalmente à energia elétrica. O preço da conta de luz
acelerou para 1,38% em novembro após ter registrado queda de 0,24% em
outubro. A alta veio do reajuste de 6,01% nas contas do Rio de Janeiro e
de 4,93% em Belém.
OUTROS GRUPOS
Em contraposição à perda de ritmo da inflação no grupo alimentação e
bebidas, os grupos não alimentícios mostraram aceleração de 0,35% para
0,54% entre outubro e novembro e pressionaram o IPCA do mês passado.
Além de transportes e habitação, aceleraram os grupos artigos de
residência (de 0,37% para 0,47%) e despesas pessoais (de 0,10% para
0,53%). Saúde e cuidados pessoais desacelerou de 0,48% para 0,32%, e
educação (0,05%) e comunicação (0,31%) permaneceram estáveis ante
outubro.
Folha Uol
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